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4 de janeiro é o dia mundial do Braille

Comemoração mundial acontece na data de nascimento do criador do método, Louis Braille

Louis Braille tinha apenas três anos quando resolveu brincar com as ferramentas do pai, como qualquer outro menino da mesma idade. Porém, acidentalmente, uma sovela atingiu o olho esquerdo da criança. Os pais, desesperados, procuraram ajuda médica, mas nada poderia ser feito: Louis estava cego e, posteriormente, uma infecção no olho ferido se espalharia, atingindo a visão do olho direito.

Diante da realidade naquele ano de 1812, os pais de Louis passaram a educá-lo para que a vida do filho pudesse ter a maior acessibilidade possível. Matriculado no Instituto Nacional para Jovens Cegos, na França, o menino conheceu o método de alfabetização que permitia imprimir letras em alto relevo, para que fosse possível distinguir cada uma delas através do tato, o que não era tão simples.

Em 1821, Louis Braille conheceu Charles Barbier de La Serre, que apresentou um código desenvolvido no exército francês para ajudar as pessoas com deficiências visuais. Tal ferramenta também se mostrava complicada e, inspirado nesta criação, o jovem resolveu aperfeiçoá-la, criando um método alternativo que recebeu o nome de Braille em sua homenagem. Assim, no dia 4 de janeiro – data de nascimento do criador do método – em todo o mundo se comemora o Dia Mundial do Braille.

Pe. Joel Nery, vigário geral da diocese de Santo André (Créditos: Reprodução – Diocese de Santo André)

No Brasil, o sistema chegou em 1854 e, pouco a pouco, foi sendo inserido nas mais diversas realidades. Na Diocese de Santo André, em São Paulo, por exemplo, funciona o Setor de Inclusão que conta, entre outras ações, com atuação junto às pessoas com deficiências visuais. “O Setor foi criado para juntar as forças das pastorais ligadas à evangelização e ao trabalho pastoral. Então, o objetivo é criar um olhar inclusivo, uma nova postura frente à necessidade de inclusão das pessoas com algum tipo de deficiência, seja auditiva, visual, motora ou intelectual”, afirma o padre Joel Nery, Vigário Geral da Diocese e pároco da Catedral Nossa Senhora do Carmo.

Entre as mais diversas ações, o Setor de Inclusão passou a imprimir, em 2006, o folheto ABC Litúrgico a partir do sistema Braille.

“Nós temos o subsídio diocesano de auxílio às celebrações, que é chamado de ABC Litúrgico, que na Diocese de Santo André nasceu em 1980. Já o ABC Litúrgico em Braille nasceu após a Campanha da Fraternidade, em 2006, que tinha como tema a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência. Assim, surgiu a ideia e com a coleta para a Campanha da Fraternidade foi adquirida uma máquina de impressão em Braille, para que os subsídios pudessem ser impressos”, recorda o padre Joel.

A iniciativa da Diocese de Santo André se espalhou entre todas as paróquias, permitindo o acesso das pessoas com deficiências visuais aos textos. Porém, inúmeros desafios passaram a ser enfrentados, como o custo e a manutenção da impressora, impossibilitando a impressão do folheto. “Outro desafio é fazer com que esse material pudesse chegar às pessoas, pois a Diocese é grande na quantidade de paróquias e era necessário descobrir em quais delas haviam pessoas com deficiências visuais que participem e que gostariam de recebê-lo”, diz o padre Joel.

Embora o folheto no sistema Braille não esteja mais sendo desenvolvido, a Diocese de Santo André segue firme com a missão de fazer chegar a todos a Palavra de Deus. “O Setor de Inclusão tem esse grande objetivo de comunhão e de articulação das ações pastorais e evangelizadoras”, afirma o sacerdote.

Alfabeto brasileiro em Braille (Créditos: freepik)