Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no facebook
Compartilhar no pinterest
Compartilhar no twitter
Compartilhar no email

A Interface do Sagrado: como me comportar nas redes sociais?

Vivemos uma cultura de convergência, uma verdadeira revolução causada pela internet e as novas tecnologias: meios que possibilitam o alcance rápido – e até instantâneo – de todo e qualquer tipo de informação. Hoje, é impossível pensar as ações humanas “desconectadas” do ambiente digital. A tecnologia tornou-se uma extensão de nossas vidas....

Vivemos uma cultura de convergência, uma verdadeira revolução causada pela internet e as novas tecnologias: meios que possibilitam o alcance rápido – e até instantâneo – de todo e qualquer tipo de informação. Hoje, é impossível pensar as ações humanas “desconectadas” do ambiente digital. A tecnologia tornou-se uma extensão de nossas vidas.

Por natureza, o homem é um ser social. A sociabilidade não é algo acrescentado, mas é uma exigência intrínseca ao ser humano. Tal exigência rompeu as barreiras do real, do contato pessoal, para se fazer realidade num mundo novo: o virtual. A comunidade humana encontra-se também interligada através das “redes sociais”.

O Diálogo com seus irmãos

Nas Sagradas Escrituras encontramos a imagem das redes – instrumento utilizado para a pesca (Mc 1, 16-18) – como símbolo da ação evangelizadora de Jesus e seus discípulos: “pescar” homens para Deus, isto é, salvar as almas.

O mundo tecnológico se apropria desta imagem para explicar o lugar de relações entre as pessoas no mundo virtual: são as chamadas “redes sociais”. Infelizmente, muitos desconhecem o profundo significado que as redes sociais possuem, o seu verdadeiro potencial para o bem. Até os cristãos, não raras vezes, apresentam um comportamento contraditório a fé cristã neste ambiente.

“Como cristãos somos chamados a manifestar, também nas redes, a comunhão que marca a nossa identidade de crentes, abrindo o caminho ao diálogo, ao encontro, ao sorriso”, nos diz o Papa Francisco (twitter @Pontifex_pt). Num mundo tão complexo, não podemos deixar as redes sociais carentes de “pescadores” autênticos, comprometidos com a Fé, a Comunhão e a Verdade.

Imagem e Evangelização

Como especialista no assunto não poderia deixar de comentá-lo. Não raras as vezes, passa despercebido o grande potencial evangelizador das fotografias pessoais postadas nas redes sociais. Neste ambiente, a imagem é um grande meio de comunicação, desde a interface do nosso primeiro contato até as publicações que fazemos diariamente.

Aqui nos vem um questionamento: através das minhas postagens (fotos, textos, pensamentos…), qual imagem eu tenho passado àqueles que se conectam comigo? Qual leitura visual tenho proporcionado? Tenho gerado comunhão, respeito, tolerância ou apenas destruição e contratestemunho?

Não podemos esquecer da “gramática visual”, ou seja, a leitura de nossas vidas feita através das imagens com as quais alimentamos o ambiente virtual. Como nos diz São Francisco de Assis: “Tome cuidado com a sua vida, talvez ela seja o único Evangelho que as pessoas leiam”. Em tempos de redes sociais, somos responsáveis pela forma que nos comportamos imageticamente.

Para J. Hillman a vida se mostra como imagem antes mesmo de haver uma história. Ela pede primeiramente para ser vista. Mesmo se cada imagem estiver de fato prenhe de significados e sujeita a uma análise minuciosa, se pularmos para o significado sem apreciar a imagem, teremos perdido um prazer que não pode ser recuperado pela melhor das interpretações.

A interface do Sagrado

“Interface” é um termo muito comum dentro da cultura digital, utilizado para a explicar a comunicação entre duas partes distintas que não podem se conectar diretamente, como é o caso do universo da informação digital e o mundo ordinário ou real.

No mundo das redes sociais somos chamados a ser a interface do Sagrado e, por meio de nossas vidas, mostrar aos usuários o rosto misericordioso de Cristo, a missão da Igreja e o testemunho cristão que “arrasta multidões”, contra todo e qualquer contratestemunho.

É fundamental “que cada um respeite o próximo, sem exceção, como ‘outro eu’. […] Nenhuma lei seria capaz, por si só, de fazer desaparecer os temores, os preconceitos, as atitudes de orgulho e egoísmo que constituem obstáculos para o estabelecimento de sociedades verdadeiramente fraternas. Esses comportamentos só podem cessar com a caridade, que vê em cada homem um “próximo”, um irmão” (CIC 1931). Temos que comunicar para gerar comunhão.