Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no facebook
Compartilhar no pinterest
Compartilhar no twitter
Compartilhar no email

A missão de anunciar o que vimos e ouvimos: a consolidação do quarto pilar das DGAE

A comunicação se faz através do diálogo, de gestos, de imagens. Comunicar é uma missão. É levar até o outro a informação que, talvez ainda não a possua. “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas e proclamando o evangelho do Reino” (Mt 9, 35). Seguindo seus ensinamentos, a...

A comunicação se faz através do diálogo, de gestos, de imagens. Comunicar é uma missão. É levar até o outro a informação que, talvez ainda não a possua. “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas e proclamando o evangelho do Reino” (Mt 9, 35). Seguindo seus ensinamentos, a Igreja nasce, funda-se e vive da Palavra, e a comunica.

Neste ano, o tema do Mês Missionário é “Jesus Cristo é missão”. Inspirado no lema do Dia Mundial das Missões, “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20), o que nos faz lembrar que a nossa missão de comunicador é de, também, anunciar as coisas que vemos e ouvimos. Anunciar a experiência de fé, nossa vivência no amor de Deus.

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) 2019 – 2023, estruturadas a partir da concepção da Igreja como a “casa”, contemplam o pilar da Missão que está presente transversalmente em todos os pilares. Não é apenas um tema, mas uma consciência maior da identidade da Igreja, que é ‘por sua natureza, missionária’ (AG2). Essa casa é a comunidade eclesial missionária que, por sua vez, é sustentada por quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. E é sobre ele que vamos falar.

“Olhar para a Missão como um dos pilares da DGAE é priorizar uma Igreja que está em estado permanente de Missão. Aqui não falamos apenas daqueles e daquelas enviados além fronteiras. Somos todos missionários e  a Igreja no Brasil conta conosco para a missão, que começa sempre pela proximidade com o outro, depois o envolvimento e vínculo, para então chegar ao anúncio da Boa Nova”, destaca a jornalista a missionária, Victória Holzbach.

Ela também traz a citação do parágrafo 188 das DGAE, que afirma que “só podemos nos imaginar comunidade de fé, que segue os passos de Cristo Jesus e busca nele o seu modelo de vida, se vamos ao encontro do outro, no seu lugar concreto, anunciando o próprio Senhor com sua presença amorosa”. Este mesmo ponto conclui com algo fundamental: “Uma palavra que seja vida é a mais eloquente ação missionária”.

Victória, hoje assessora de imprensa do Regional Sul 3, Coordenadora do Comire (Conselho Missionário Regional) e agente da Pascom no Rio Grande do Sul, esteve por 03 anos em Moçambique, como leiga, através do Projeto Igrejas Solidárias, desenvolvido pelo Regional Sul 3.

“Meu coração se alegrou e ainda se alegra pela oportunidade de ser a Igreja do Rio Grande do Sul em Moçambique. Quando estamos em nossas comunidades e paróquias talvez não somos capazes de mensurar a importância dessa missão”, diz Victória.

 

Experiência de alegria plena

A proposta das DGAE é que todos nós assumamos a missão como batizados e batizadas. É uma missão permanente em nossa comunidade, em nossa paróquia, mas a missão ad gentes, aquela missão além fronteiras, com outros povos, é o paradigma da ação missionária da Igreja. Uma Igreja que se abre a missão ad gentes é uma igreja em saída.

Para Victória, sua experiência de missão em Moçambique de 2016 a 2019 foi de alegria plena.

“Foi na missão que conheci um Deus presente com Seu povo e descobri que lá, com aquela gente tão amada. Ele tem cheiro, sabor, toque, som e é belo demais. É sempre importante lembrar: somos todos missionários e missionárias na oração, na partilha e na disposição em partir. A missão acontece em muitos lugares, de inúmeras maneiras e através de diversas pessoas. O chamado de Deus clama dentro dos nossos corações e a resposta só depende de nós. O maior ganho é sempre o sorriso do menor, a acolhida do mais simples, ver a alegria que nasce quando a gota da chuva encontra a pele. Acredito de verdade que quando você descobre que a felicidade não vem embalada e etiquetada, você compreende bem a vida abundante que Deus tanto deseja para nós e isso pode acontecer em qualquer lugar!”

Victória sabe-se missionária, tem consciência disso. “Ser missionária é, em primeiro lugar, assumir a missão de Deus que é confiada a mim. Essa missão passa essencialmente por assumir em todo tempo e em todo lugar o meu batismo e o meu envio como missionária da Palavra e do Evangelho. Acredito que isso passa também pela consciência de onde e com quem devo estar: nas periferias, com os necessitados, pobres e excluídos, em meu próprio chão mas também além fronteiras”.

Para a jornalista e missionária, a Igreja sempre esteve preocupada com a realidade do seu povo. A experiência na Cáritas de Passo Fundo, somada ao serviço de jornalista da Arquidiocese, também na coordenação da PASCOM, e a formação nos diferentes grupos de jovens, reforçaram ainda mais a crença de que a missão ad gentes era o projeto de Deus para a sua vida.

“Quando você confia na Providência, os seus sentimentos são sempre de felicidade e plenitude nos projetos d’Ele e foi isso que vivi em Moçambique.”

 

Colaboração: Greice Pozzatto, coordenadora da Pascom Regional Sul 3 e membro do GT Produção da Pascom Brasil
Fotos: Arquivo pessoal de Victoria Holzbach