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As lições de 13 de outubro de 2019

No próximo dia 13 de outubro o Papa Francisco estará canonizando, junto com a Bem Aventurada Dulce dos Pobres, mas três beatas e um beato. O que significam estas canonizações para a Igreja? Qual o alcance deste gesto do Papa Francisco? O que elas nos dizem? Antes de tudo é preciso entender...

No próximo dia 13 de outubro o Papa Francisco estará canonizando, junto com a Bem Aventurada Dulce dos Pobres, mas três beatas e um beato. O que significam estas canonizações para a Igreja? Qual o alcance deste gesto do Papa Francisco? O que elas nos dizem?

Antes de tudo é preciso entender o que é uma canonização. A Igreja não faz santos. A Igreja declara santos. Mais ainda: declara que aquela pessoa é modelo de santidade. Todo cristão batizado é chamado à santidade. Foi o próprio Jesus quem fez esse convite, como se lê no Evangelho de São Mateus. Para fortalecer o desejo de todos, a Igreja coloca alguns como modelo, a partir de um horizonte de vida, os mais variados possíveis: sacerdotes, pais e mães de família, trabalhadores, bispos, freiras e freis, jovens, crianças, adultos e idosos, de todas as raças e culturas. É dentro deste parâmetro que podemos interpretar o elenco das canonizações que serão proclamadas no dia 13 de outubro. Um homem, quatro mulheres, cinco países, três continentes. Um cardeal, três religiosas e uma leiga.

O Beato John Newman nasceu professando o anglicanismo e se converteu ao catolicismo. Inglês, do início do século 19, viveu as grandes transformações pelas quais passava o mundo. Na juventude se converteu ao catolicismo e foi ordenado sacerdote. Homem de profunda inteligência, sólida formação humana e espiritual, chegou a ser comparado a Santo Agostinho, pela grandeza da sua obra. Não apenas reconhecido pela dimensão espiritual do que escrevia, também era pelo valor literário. Segundo James Joyce, “ o maior dos escritores ingleses em prosa” de todos os tempos. Aos 78 anos de idade, foi feito criado Cardeal  pelo Papa Leão XIII, em 1890.

As quatro mulheres que serão canonizadas no próximo dia 13 têm uma característica em comum: a dedicação aos pobres. A religiosa indiana, Beata Maria Teresa Chiramel nasceu no estado de Kerala, na ìndia, em 1876. Tem uma vida muito similar Santa Teresa de Calcutá e, como esta, fundou uma congregação para o cuidado dos pobres. A freira italiana Giuseppina Vannini, nascida em Roma em 1859, recebeu a missão de fundar o braço feminino da congregação fundada por São Camilo de Lelis para cuidar dos doentes em uma Europa sem assistência pública de saúde. A costureira e catequista suíça Margarida Bays teve uma vida simples e cotidiana. Recebeu uma cura no dia em que foi proclamado o Dogma da Imaculada Conceição, 08 de dezembro de 1854. Viveu e morreu santamente, no anonimato do seu povoado.

Diante das pessoas que serão proclamadas santas no próximo dia 13, que lições podemos tirar? Toda condição de vida é digna de santidade, em qualquer lugar do mundo, em todos os períodos da história. Não existe uma estratégia para as canonizações. Ao contrário, existe uma convicção de que a Graça de Deus age onde quiser, da forma que quiser. Portanto, o convite continua valendo para nós, no hoje história.

Padre Manoel de Oliveira Filho é pároco da Paróquia Ascensão do Senhor, na Arquidiocese de Salvador, e coordenador nacional da Pastoral do Turismo. É jornalista de formação, pasconeiro de corpo e alma.