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Muitas mulheres, vários testemunhos e uma certeza: o protagonismo feminino na Igreja faz a diferença!

“Ser mulher na Igreja atualmente significa ser acolhida, ouvida e reconhecida como pessoa humana, capaz de amar a Deus e de transformar a comunidade em que vive em um lugar onde as pessoas sejam fraternas, solidárias e respeitem os direitos humanos.” (Luzia do Carmo Barcelos)

A Igreja no Brasil e no mundo é predominantemente frequentada por mulheres. Cada qual com sua dedicação, responsabilidade, cuidado e muito carinho em tudo que faz. É catequista, ministra da Palavra, pasconeira…tantas atividades pastorais com presença feminina que é impossível falar de todas. Para demonstrar esta realidade a Pascom Brasil foi atrás de algumas mulheres que atuam na Igreja para dar o seu testemunho de presença feminina no ambiente eclesial. Em poucas palavras elas afirmam: a presença dessas mulheres faz toda a diferença!

Importante lembrar: O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, sempre apresenta uma perspectiva da presença feminina no mundo, mas a realidade é diferente em diversos âmbitos na sociedade. A mulher tem buscado, cada vez mais, ocupar o lugar que lhe é de direito. O que a encoraja a seguir na luta é a sua própria história, e esta coragem está presente na vida pessoal, na vida profissional, na vida familiar e também na vida da Igreja. Vamos conferir o que elas têm para partilhar?

Maria Erivan Ferreira da Silva

Catequista da Paróquia São João Batista – Horizonte (CE)

Sou catequista desde a adolescência, sempre aqui em Horizonte, onde é o meu referencial, a casa onde sempre tenho algo a fazer, contribuir, receber. É onde me dedico à formação dos catequistas, agentes de pastoral e no catecumenato com adultos. Considero o protagonismo, ou o papel da mulher, fundamental na Igreja, pois onde tenho andado, paróquias, pequenas comunidades rurais, periferias, a grande maioria é de mulheres, são elas que animam a vida nas pequenas comunidades, nas paróquias e sustentam de certa forma a educação da fé e a animação da vida de fé, cuidam das capelas, da catequese.

Penso que a mulher tem a missão de guardiã, de cuidadora das comunidades eclesiais, organizando-as para que sejam o lugar do Anúncio do Evangelho de Jesus Cristo.  São elas, as mulheres, missionárias desse novo tempo, elas vão ao encontro das pessoas, se mantém próximas, criam relações baseadas, sobretudo, na ternura.

Irmã Vera Maria Galvan

Religiosa da Congregação Pias Discípulas do Divino Mestre, atuante na pastoral litúrgica da paróquia Jesus de Nazaré – Jundiaí (SP)

Fui chamada pelo Divino Mestre para ser sua Discípula ainda bem jovem, quando estava no ensino fundamental. Foi um tempo de escuta, discernimento e decisão de seguir Jesus mais de perto no estilo da vida religiosa. Me encantei pela abertura das irmãs Discípulas, pela atualidade da sua missão no mundo, pelo seu jeito de viver e rezar na comunidade religiosa e na Igreja. Na paróquia Jesus de Nazaré, diocese de Jundiai, SP faço parte da equipe de liturgia há mais de 10 anos. Temos encontros semanais de estudo, oração e preparação das celebrações.

Sinto-me muito acolhida, escutada e valorizada pelo pároco e pela comunidade em geral. Outra atividade que exerço e que manifesta minha atuação na Igreja como mulher com autonomia e humildade é a presidência das celebrações da Palavra. Presidir as celebrações é um serviço gratificante, nos preparamos, rezamos antes, preparamo-nos para estar ali e partilhar o que o Senhor nos diz por meio da Liturgia escutada, rezada, celebrada, sentida e vivida. As mulheres são a maioria na Igreja e me incluo nessas mulheres que realizam a missão cristã com amor, dedicação, abertura e acolhida.

Luzia Silva de Souza 

Secretária Paroquial na Paróquia São Francisco das Chagas – Rangel – João Pessoa (PB)

Eu tenho uma jornada tripla de trabalho no meu dia a dia, concilio o trabalho de casa (afazeres domésticos), o trabalho laboral na secretaria da paróquia, e o trabalho missionário nos grupos e pastorais que acompanho. Em meu trabalho como secretária paroquial já exerço também a missão, busco acolher bem as pessoas, dar-lhes informações precisas, ajudá-las mesmo quando o que buscam não esteja ao meu alcance. Atuo na Secretaria Paroquial há 12 anos, mas também exerço meu ministério de catequista desde os meus 18 anos.

Pela opção de leiga consagrada, não casei, não gerei filhos biológicos, mas, me sinto mãe dos filhos espirituais que pude gerar neste tempo de catequista, de discípula e missionária de Jesus Cristo. Sabemos do importante papel que a mulher tem na Igreja, a começar pelo sim de nossa Mãe Maria, mãe de Jesus. Além disso, a bíblia nos fala de muitas mulheres que contribuíram para a história da salvação. Hoje não é diferente, nossas Comunidades Paroquiais são formadas 80% por mulheres. Estamos inseridas em todos os grupos, pastorais, movimentos e serviços. Anunciar Jesus, seu projeto de amor, justiça e paz para humanidade é o que impulsiona minha vida. Isso me torna uma mulher cada vez mais feliz e com Esperança de que um dia possamos ver nossa sociedade mais humana, mais justa, mais fraterna.

Janaína Vieira 

Pedagoga, membro da Equipe de Leitores/Pastoral Litúrgica na paróquia Santa Clara da Piedade – Belo Horizonte (MG)

Ser presença feminina na Igreja é refletir a ternura do próprio Deus” é a frase que ecoa dentro de mim. Como mulher, percebo que a nossa essência feminina, que é um dom divino, tem o poder de trazer mais sensibilidade, leveza e delicadeza aos diferentes espaços em que nos fazemos presentes e ali atuamos. As muitas dinâmicas da vida pedem respostas assertivas e pontuais e, ao mesmo tempo, delicadas e generosas, sendo estas últimas muito presentes no sentir e no agir da mulher. Tenho a oportunidade de exercitar a fé, desde a infância, na mesma comunidade. Comunidade esta em que cresci e posso contribuir com meu serviço pastoral.

Tive várias experiências edificantes (como Catequese Infantil e de Crisma, Ministério da Comunhão Eucarística e PASCOM – Pastoral da Comunicação). E, hoje, atuo como leitora no serviço da Liturgia o que me permite, ao proclamar a Palavra, sentir e expressar a presença do Criador, notando que, ao servir, a espiritualidade do cuidado e da amorosidade precisam estar impressas por meio de minha voz. Esta experiência dialoga com meu caminho profissional e contribui com a clareza de meu propósito no mundo: educação e comunicação. Como professora da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental, nas redes pública e privada, percebo que, tanto a minha presença feminina como a essência divina que busco cultivar, comunicam algo diferente e especial. Como diz o verso de Pe. Zezinho, “Em cada mulher que a terra criou, um traço de Deus, Maria deixou…”, sejamos mulheres que se reconheçam como centelha divina e capazes de promover a diferença e perfumar o mundo. 

Silvia Zampar 

Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão, atuante no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe – Curitiba (PR)

Acredito que a mulher tem um papel fundamental na construção do Reino de Deus. A mulher conduzida pelo Espírito Santo, busca equilíbrio em sua vida familiar, com seus afazeres domésticos, condução da sua casa, educação escolar e catequética dos seus filhos. Em sua vida profissional cumprindo as jornadas de trabalho. E na vida religiosa, servindo muitas vezes em diversas pastorais e movimentos, onde apresenta a face amorosa de Jesus a todos que chegam cansados, abatidos e que vem procurar consolo, sendo que muitas dessas pessoas não recebem o apoio de suas famílias, mas mesmo assim seguem com a fé inabalável, pedindo e confiando na restauração de suas famílias! Sou casada há 24 anos, temos dois filhos jovens e digo que servir na igreja é transformador, sei que fui convidada a servir não só para ajudar as pessoas, mas porque preciso estar muito perto de Jesus Cristo, para que eu possa me alimentar de Sua palavra, da Eucaristia, dos testemunhos das pessoas que me cercam, para me tornar uma pessoa melhor a cada dia e aumentar a minha fé.

Nair de Fátima Santana

Catequista e Congadeira. Moradora da Comunidade Quilombola de Marinhos, atuante na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Distrito de São José do Paraopeba – Brumadinho (MG)

O que representa a figura da mulher na Igreja hoje? Ah para mim, como mulher, meu maior orgulho é dizer que sou devota à Nossa Senhora. Sou mulher e é com ela que me identifico, sabe? Ela quem ilumina meus caminhos e o das minhas filhas. São muitas graças. É Jesus e Maria quem me sustentam. Posso dizer que minha história de caminhada na Igreja se deu como um chamado de Nossa Senhora e Jesus misericordioso. Quando digo que estou ajudando nas atividades da Igreja fico muito contente, muito realizada. É sempre uma paixão! Eu sou catequista, sou salmista, participo da liturgia, faço de tudo um pouco nesta Igreja, e é claro, eu não poderia deixar de falar: sou uma mulher congadeira com muito orgulho.

Luzia do Carmo Barcelos

Membro do Coletivo de Fé e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG)

Tenho 57 anos e, ao longo da minha vida, participei de vários grupos e pastorais da igreja católica: coral juvenil, conferências Vicentinas, Grupos de Fé e Política, Pastoral da Comunicação. Atualmente, participo do Coletivo de Fé e Política na Arquidiocese de Belo Horizonte. Penso que a presença da mulher na igreja sempre terá importância quando ela:

Sendo uma fiel participante das missas dominicais, ouça uma palavra que lhe dê esperança, e consiga transmitir esperança para as pessoas que encontre pelo seu caminho; Sendo uma servidora da igreja, tenha oportunidades para testemunhar sobre sua vida, sobre seus problemas, sendo ouvida e acolhida pela comunidade paroquial; Estando em dificuldades materiais, não seja convidada apenas para receber a cesta básica, mas também para participar, como irmã de fé, de pastorais e grupos paroquiais, fazendo comunhão com sua igreja local; Sendo mãe, seja formada para ser protagonista e ter voz ativa nas pastorais e grupos da igreja; Sendo professora, seja convidada para dar formação aos seminaristas; Tendo dons, seja chamada para celebrar.

 A mulher na igreja tem importância quando há incentivo para que ela tenha uma espiritualidade adulta e formação para continuar a caminhar e evitar que fique estacionada durante muitos anos na mesma função. Ser acolhida, ouvida e reconhecida como pessoa humana, capaz de amar a Deus e de transformar a comunidade em que vive em um lugar onde as pessoas sejam fraternas, solidárias e respeitem os direitos humanos. A mulher é importante na igreja que promove uma vida plena para todas as pessoas.