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Prof. Ivanaldo: o que esperar da canonização dos Mártires do RN

Por Ivanaldo Santos Filósofo [email protected] No dia 15 de outubro de 2017, o Papa Francisco vai canonizar, na Basílica de São Pedro, em Roma, os padres Ambrósio Francisco Ferro e André Soveral, o leigo Mateus Moreira e mais 27 companheiros que foram martirizados, no século XVII, por civis e soldados holandeses. Trata-se...

Por Ivanaldo Santos
Filósofo
[email protected]

No dia 15 de outubro de 2017, o Papa Francisco vai canonizar, na Basílica de São Pedro, em Roma, os padres Ambrósio Francisco Ferro e André Soveral, o leigo Mateus Moreira e mais 27 companheiros que foram martirizados, no século XVII, por civis e soldados holandeses. Trata-se do histórico episódio do martírio de Cunhaú e Uruaçu. A canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu é o coroamento de um longo processo histórico, religioso e cultural que teve início na década de 1970. Essa canonização é o mais importante fato histórico e religioso das primeiras décadas do século XXI no Rio Grande do Norte.

No entanto, a título de esclarecimento, pergunta-se: do ponto de vista concreto, o que esperar da canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu? Muitas são as respostas que podem ser dadas a essa pergunta. Apenas para ilustrar, serão apresentadas sete possibilidades de efetivação, no cotidiano, da canonização dos mártires potiguares.

1. Fortalecimento da fé, da dimensão missionária e do espírito de partilha, de comunhão cristã.

2. Realização de pesquisas arqueológicas e documentais nas regiões dos sítios históricos de Cunhaú e Uruaçu.

3. Tombamento histórico – talvez transformar num centro cultural-religioso – das casas históricas, engenhos e outros espaços físicos que compõem os sítios históricos de Cunhaú e Uruaçu.

4. Amplo processo de divulgação e de conscientização do valor histórico, cultural e religioso dos acontecimentos de Cunhaú e Uruaçu. Essa conscientização precisa acontecer principalmente entre os jovens, nas escolas públicas e privadas, nos centros de cultura.

5. Produção de material de pesquisa e de apoio didático-pedagógico (livros, cartilhas, etc) para fundamentar o processo de divulgação e de conscientização dos acontecimentos de Cunhaú e Uruaçu.

6. Apoio do setor público e privado para a divulgação e conscientização do valor histórico, cultural e religioso dos acontecimentos de Cunhaú e Uruaçu.

7. Apoio das diversas mídias (TV, rádios, mídias sociais, etc) no processo de processo de divulgação e de conscientização dos acontecimentos de Cunhaú e Uruaçu.

Por fim, afirma-se que não se pode resumir a canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu apenas a um simples fato social. Trata-se, em sua essência, de um ato de fé, um mistério que transcende a compreensão humana. No entanto, apesar do mistério da fé, é necessário criar condições materiais, uma estrutura sócio-histórica para poder acolher os pelegrinos e, ao mesmo tempo, desenvolver um trabalho de educação histórica, de conscientização das populações jovens sobre o valor dos acontecimentos de Cunhaú e Uruaçu.

(Texto: site da arquidiocese de Natal RN)

 

** Ivanaldo é filósofo, pós doutor em estudos da linguagem pela USP, doutor em estudos da linguagem pela UFRN e professor do Departamento de Filosofia e do programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Já publicou dezenas de artigos em revista científica nacionais e internacionais, Além disso, publicou os seguintes livros: Nietzsche: discurso introdutório (Idéia, 2007), Aborto: discursos filosóficos (Idéia, 2008), Poemas para refletir (Ideia, 2009), Método de pesquisa: perspectivas filosóficas (Edições UERN, 2010), Teologia da Libertação: ensaisos e reflexões (Letra Capital, 2010) e Linguagem e epistemologia em Tomás de Aquino (Ideia, 2011). Além disso, é um dos organizadores do livro: De memória e de identidade: estudos interdiciplinares (EDUEPB, 2010).