A Pastoral da Comunicação deve constantemente pensar a sua ação missionária a partir do que a Igreja nos propõe em todo o tempo. Neste ano em que se celebra os 50 anos (1971-2021) da dedicação de setembro como o Mês da Bíblia na Igreja no Brasil, a CNBB propõe o aprofundamento da Carta de São Paulo aos Gálatas e o lema “Pois todos vós sois UM só em Cristo Jesus”. Este é um período para maior dedicação à Palavra de Deus, seja pelo aprofundamento do livro escolhido, seja para maior intimidade com a Bíblia. E para a Pascom deve ser um tempo para dedicar seus conteúdos ao tema proposto pela Igreja no Brasil e também uma profunda e renovada conversão pastoral pessoal, de intimidade com a Palavra.

A 58ª Assembleia Geral da CNBB (2021) aprovou um documento de estudo intitulado “A Palavra habitou entre nós” (Jo 1,14): Animação Bíblica da Pastoral a partir de comunidades eclesiais missionárias”. O documento 114 é fruto do esforço de uma comissão de bispos e assessores, cujo trabalho se inseriu em uma ampla escuta de catequetas, biblistas, pastoralistas e comissões pastorais em âmbito nacional e pretende contribuir para que a Igreja no Brasil avance ainda mais na relação com a Palavra de Deus, alimentando pessoas, grupos, comunidades e demais associações, bem como estimulando o espírito missionário. A Animação Bíblica da Pastoral também faz eco às atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), que nos apresenta a Palavra como um dos pilares da comunidade (cf. DGAE, n. 145-149).
Pascom no Documento 114
O documento 114 dedica uma reflexão especial (n. 196-201) à Palavra de Deus e os meios de comunicação. O texto afirma que “no mundo complexo e exigente da comunicação, para descobrirmos como anunciar hoje a Palavra, devemos olhar para Jesus” (CNBB, Doc. 114, n. 197). O aumento das ofertas de comunicação, com ampliação dos meios, nem sempre representa uma melhor qualidade no anúncio da Palavra. Diante da facilidade de acesso aos meios de comunicação, como utilizá-los em prol da evangelização?
A primeira necessidade, sem dúvida, é a formação prática no uso desses meios e, o mais exigente, o conhecimento dos conteúdos que se pretende comunicar. O documento afirma que “é preciso continuar investindo na formação humana, espiritual e bíblico-teológica dos que usam desse meios. É necessário acompanhar as palavras e a Palavra com o testemunho da vida. Relembremos as palavras de São Paulo VI: ‘A Boa-Nova há de ser proclamada, antes de tudo, pelo testemunho’ (EN, 21); e ainda: ‘O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres. (…) Ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas’ (EN, 41).” (CNBB, Doc. 114, n. 198)
Os redatores do texto “A Palavra habitou entre nós” (Jo 1,14): Animação Bíblica da Pastoral” registram agradecimento a todos os que empreenderam esforços, não apenas econômicos, mas de inteligência e amor para maior difusão da Palavra de Deus. Um agradecimento especial foi dirigido à Pascom.
“Agradecemos os milhares de agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom) que, orientados pela Comissão da CNBB, tanto contribuíram e contribuem, especialmente no tempo da pandemia, para facilitar contatos do povo de Deus com suas Comunidades eclesiais, favorecendo que chegassem, até os lugares mais afastados e de difícil acesso, a Palavra do Senhor e a celebração da Eucaristia, junto com as palavras de conforto dos líderes religiosos.” (CNBB, Doc. 114, n. 199)
De que forma a Pascom pode contribuir na animação bíblica?
“A Pastoral da Comunicação é chamada a contribuir na oferta de serviços à Igreja, a partir de seus eixos: formação, articulação, produção e espiritualidade. Todos eles sustentam a Pascom, que buscam ‘incentivar a reflexão e estimular ações que, tendo sentido comunicativo, conduzam à comunhão e ação evangelizadora’ (CNBB, Doc. 99, n. 249). Ainda em palavras de São Paulo VI: ‘O Espírito Santo é o agente principal da Evangelização: é Ele, efetivamente, que impele para anunciar o Evangelho’ (EN, n. 75) Com essa espiritualidade, em comunhão com os Pastores da Igreja Católica, procure-se ‘encontrar palavras para encorajar uma estação evangelizadora mais ardorosa, alegre, generosa, ousada, cheia de amor até o fim e feita de vida contagiante’ (EG, n. 62). Dê-se voz aos tantos mestres, em doutrina e sabedoria, atuantes em nossas igrejas (dioceses, faculdades, institutos de formação), para que o povo de Deus seja alimentado com riqueza de ciência e sapiência. E cresça a forma, como desejava profeta Amós: ‘Não fome de pão nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor” (Am 8,11)” (CNBB, Doc 114, n. 200)
Da Redação Pascom Brasil | Imagem de capa: https://www.cathopic.com/argenisgg