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Vai dar tudo certo!

Acordo cedo todos os dias e sempre peço a Deus que guie os meus passos no caminho da paz. Hoje, quando acordei, não consegui fazer esse pedido. Fiz uma pergunta: o que o Senhor quer de nós, meu Deus? O que quer nos ensinar com isso tudo o que estamos passando? O...

Acordo cedo todos os dias e sempre peço a Deus que guie os meus passos no caminho da paz. Hoje, quando acordei, não consegui fazer esse pedido. Fiz uma pergunta: o que o Senhor quer de nós, meu Deus? O que quer nos ensinar com isso tudo o que estamos passando?

O dia foi passando e as respostas foram chegando. A primeira palavra que veio ao meu coração foi a recordação da aparição do Ressuscitado aos Onze. Narra-nos João que “ao entardecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas trancadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles.” (cf. Jo 20, 19) A sequência do texto nos mostra que o Ressuscitado ofereceu-lhes como primeiro dom a paz. “A paz esteja convosco”. A paz aquieta o coração dos aflitos, dá serenidade aos corações angustiados. Os cristãos da primeira hora também passaram por tribulações. Devido às perseguições, deviam se reunir nas casas, nas catacumbas, mas mantinham sua confiança no Senhor.

Por razões diversas (e adversas), cá estamos nós, dois mil anos depois, reunidos novamente em nossas casas. Os cristãos de hoje também estão sendo chamados a se reunir em suas casas, com as portas fechadas. E não só os cristãos. Não por medo dos judeus, mas por medo (sim, não podemos negar que há muitas pessoas com medo) do novo coronavírus. Ninguém deseja ter a sua liberdade cerceada, mas ninguém também deseja ter a sua vida ameaçada. Sempre buscamos a preservação da nossa vida. Tivemos a desestabilização estruturas políticas, sociais, religiosas, mas temos a oportunidade de estabilizar nossas famílias, nossas relações. É preciso tirar o bem do mal.

Com os cuidados devidos, observando todas as orientações, poderemos edificar o que muitas vezes perdemos pelas correrias do dia a dia. Poderemos nos reunir – presencial ou virtualmente –, para: mesmo sem nos tocar, olhar mais nos olhos; mesmo sem nos abraçar, sentir o calor da presença; mesmo distantes, sentir a força da solidariedade. Poderemos fazer isso tudo com qualidade. Poderemos rezar melhor. Poderemos ter um pouco mais de tempo para responder àquela mensagem do whatsapp, ou fazer uma ligação mais demorada para o amigo querido, para a família que está distante, ou até para a vovó que está na mesma rua.

Estamos na Quaresma, estamos de quarentena. Estamos tendo a oportunidade de transformar a nossa vida, com confiança e esperança. “Lançai sobre ele toda vossa preocupação, pois ele cuida de vós.” (1Pd 5,7) Há quem vê o meio como começo do fim. Eu prefiro ver como fim do começo. Eu prefiro ter esperança. Vai dar tudo certo!