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Viver a espiritualidade mediada pelos meios de comunicação

Mais do que nunca estamos vivendo um momento em que rezamos com os meios de comunicação, televisão, rádio, redes sociais, com diversas opções de horários. Mesmo quem não era tão favorável a que as pessoas participassem da missa pelas mídias, hoje recomenda, como uma forma de presença, que não é virtual, mas...

Mais do que nunca estamos vivendo um momento em que rezamos com os meios de comunicação, televisão, rádio, redes sociais, com diversas opções de horários. Mesmo quem não era tão favorável a que as pessoas participassem da missa pelas mídias, hoje recomenda, como uma forma de presença, que não é virtual, mas real. Real porque as pessoas rezam de verdade em sua casa “com” a mídia. É claro que não se trata de minimizar a oração presencial, mas em novas circunstâncias, a oração pela mídia e com a mídia se torna uma oportunidade, mais ainda, uma nova cultura, um novo modo de estar em comunhão com a Igreja.

As missas pelo rádio e televisão são uma prática entre os fiéis, no Brasil, não só doentes mas impossibilitados de participar por outras questões, desde a existência do Rádio e da Televisão. Não só missas, mas a catequese foi dada em muitos lugares pelo rádio. Depois, quando da visita do padre, ele fazia o encontro presencial verificando a assimilação dos conteúdos. Há quantos anos as pessoas rezam o terço com a televisão ou o rádio, uma vez que a família, já não se reúne para essa prática devocional.

O que já acontecia, há muitos anos em comunidades rurais, afastadas de paróquias ou pela insuficiência de ministros para o atendimento presencial, quando as comunidades acompanhavam a missa pelo rádio, em sua casa ou na capela da comunidade, agora está sendo incentivado no sentido de comunhão e fortalecimento da fé. Esta nova forma de presença, à distância, mesmo antes das redes sociais, o rádio e a televisão já cumpriam seu papel e continuam fazendo agora.

Olhando para a história da comunicação na Igreja observa-se que nada é tão novo. A atenção para as missas transmitidas pelos meios audiovisuais esteve presentes na ampla consulta feita pela Santa Sé, em preparação ao Concilio Vaticano II. Entre as 24 propostas do padre Tiago Alberione, fundador da Família Paulina, então Superior Geral, respondendo a esta consulta, em 1959, a 19ª. refere-se às Missas transmitidas[1]: “Parece desejável que se conceda, para satisfação do preceito festivo, a validade da participação da Missa transmitida pelos meios audiovisuais, em circunstâncias determinadas e bem definidas”. E reforça: “Os meios audiovisuais estabelecem uma nova forma de presença e de participação na comunidade, que é oportuno ter em consideração”.

A Igreja cresceu muito no sentido de transmitir missas e evangelizar pela mídia. É uma oportunidade de presença junto às pessoas, de orientação, aconchego. É Jesus, o bom pastor que vai ao encontro das ovelhas! Os conceitos de teóricos da comunicação que falam de comunidades de afinidade se tornam atuais na comunidade eclesial. Mas é preciso crescer no conceito de que mais importante que os meios são as mediações que eles exercem. Por esta mediação pode-se estar em comunhão real com o Papa, com a Igreja do Brasil em diferentes realidades e com as paróquias e comunidades alimentando e fortalecendo a espiritualidade.

 

[1]. DAMINO, Andrea, SSP.  Don Alberione al Concilio Vaticano II. Proposte, Interventi e “Appunti”. Edizioni dell’Archivio Storico Generale della Famigilia Paolina,. Roma 1994, p. 65-66. Tradução minha.

* Ao se servir do conteúdo deste artigo, gentileza citar a fonte.

(Foto: @andresschmidt | cathopic.com)