
A Pastoral da Comunicação tem como missão levar a Palavra de Deus a todo lugar, mas para que isso aconteça, precisa conhecer os valores da ética cristã a qual envolve discernimento, responsabilidade e cuidado para que a comunicação na Igreja seja sempre um reflexo da nossa fé e dos valores do Evangelho.
O Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil no número 158 afirma que a Internet tem que ser vista como “espaço de conhecimento, relação e produção humanos, precisa estar ao alcance de todos e todas”, da mesma forma em que homens e mulheres esperam que a Igreja caminhe com eles nesse percurso, oferecendo a companhia do testemunho.
Como a passagem descrita em Romanos capítulo 8, versículo 10, retrata a espera da manifestação dos filhos de Deus, as pessoas que pertencem ao mundo digital também anseiam pela Boa Nova que liberta.
A verdade como pilar fundamental e o respeito a dignidade humana
Mais do que nunca, a presença cristã católica no ambiente digital se faz necessária porque diante do desenvolvimento de políticas de comunicação que favorecem interesses comerciais em detrimento da dignidade humana, precisamos nos comprometer com a ética na Internet, alinhada com as diretrizes da Doutrina Social da Igreja, que são a dignidade da pessoa, justiça, subsidiariedade e solidariedade.
Sobretudo, também precisamos nos atentar para o perigo da desinformação e das fake News, porque esse tipo de narrativa desagrada o debate público, levando a políticas enganosas que abalam a democracia.
O Papa Francisco, na Encíclica Fratelli Tutti reforça:
“A acumulação esmagadora de informações que nos inundam, não significa maior sabedoria. A sabedoria não se fabrica com buscas impacientes na Internet, nem é um somatório de informações cuja veracidade não está garantida” (FT,50)
A ética digital nos lembra que mesmo diante de uma tela, estamos lidando com pessoas, com suas histórias, sentimentos e vivências.
O Evangelista Paulo, na Carta aos Efésios nos convida a termos cuidado com cada palavra:
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra perniciosa, mas só o que for útil para edificação, conforme a necessidade, e assim faça bem aos que ouvem” (Efésios 4,29)
Isso nos lembra que nossas palavras como agentes da Pascom sejam online ou offline sempre tem que ser voltadas para a edificação do próximo, ajudando na formação de sua consciência.
Como agentes da Pastoral da Comunicação, também somos convidados a estar em processo de formação contínua para que a comunicação seja de fato um reflexo do amor de Cristo, sempre de acordo com os valores da ética cristã.
Algumas dicas práticas com relação a ética no ambiente virtual de paróquias e comunidades
Em nossa missão como pasconeiros, frequentemente estamos envolvidos com as redes sociais de nossas paróquias e comunidades.
Podemos nos perguntar: como fazer postagens sem violar os valores da ética cristã?
Colocando em prática atitudes simples, podemos fazer a diferença.
Confira:
– Verifique todas as informações antes de publicá-las;
– Peça permissão antes de publicar fotos e vídeos, e seja sensível ao uso de conteúdos que envolvam terceiros. Em caso de gravações em caráter documental, formule um Termo em que a pessoa concorda em fazer o uso de sua imagem para se evitar problemas no futuro;
– Evite a exposição desnecessária de pessoas, especialmente crianças e adolescentes em redes sociais e no portal da paróquia.
Que sejamos sempre guiados pelo exemplo de Cristo e pelos ensinamentos da Igreja, comunicando com caridade, respeito e responsabilidade.
Ana Corazza é Pasconeira, Comunicadora e integrante da Comissão Arquidiocesana da Pascom da Arquidiocese de Campinas/SP e redatora da Pascom Brasil
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