Coordenadora da Pascom do Regional Leste 2 lança livro sobre Dom Benedito de Ulhôa Vieira

Dom Benedito de Ulhôa Vieira: Uma Trajetória de Esperança
Coordenadora da Pascom do Regional Leste 2, Amanda Oliveira – Fotos: Divulgação.

 

Foi lançado, no último dia 21 de fevereiro, pela historiadora Amanda Oliveira, na cidade de Uberaba, região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, o livro “Dom Benedito de Ulhôa Vieira: Uma Trajetória de Esperança”, fruto da dissertação de mestrado defendida pela autora na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em 2024.

A pesquisa de Amanda Oliveira, que atua na coordenação da Pascom do Regional Leste 2 da CNBB, é mais do que uma biografia, ela traz um panorama de como a Igreja Católica no Brasil foi crucial para o processo de resistência e retomada democrática na política brasileira ao longo do período da Ditadura Civil-Militar (1964–1985).

A partir da análise da trajetória e das práticas de Dom Benedito, que foi padre da Arquidiocese de São Paulo, reitor da PUC-SP e bispo-auxiliar na maior arquidiocese do país (1972–1978), ao lado de Dom Paulo Evaristo Arns, a pesquisadora mapeia uma rede de relações decorrentes de Dom Benedito desde o sacerdócio até o auge do seu ministério episcopal, como arcebispo de Uberaba (1978–1996). À frente da Arquidiocese de Uberaba, Dom Benedito foi eleito presidente da Regional Leste 2 da CNBB por três oportunidades (1979–1981; 1981–1983; 1989–1991) e vice-presidente da CNBB (1983–1987). A partir da rede de Dom Benedito, pôde ser compreendida a atuação de outras figuras emblemáticas do episcopado brasileiro, tais como: Dom Agnelo Rossi, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Angélico Sândalo Bernardino, Dom Lucas Moreira Neves – OP e Dom Luciano Mendes de Almeida.

A obra, que concedeu ao autor o título de Mestre em História Social, ainda conta com uma vasta apresentação de como tantos outros bispos utilizaram os meios de comunicação social, como a rádio, o jornal impresso e cartilhas, para serem porta-vozes de uma Igreja que foi voz profética em favor da dignidade humana. Ainda é possível, a partir da leitura, compreender melhor em qual contexto houve a criação e o fortalecimento de comissões sociais importantes da Igreja no Brasil, como, por exemplo, dos Direitos Humanos, de Justiça e Paz, da Terra, entre outros.

Além disso, é possível compreender, a partir das práticas e da trajetória de Dom Benedito, como membros da Igreja também sofreram com as censuras, as perseguições, as violências, as calúnias e as difamações provocadas pelo governo brasileiro, chefiadas por militares e figuras notórias civis. Esses dois grupos, como puderam ser compreendidos a partir do livro de Amanda, buscaram, a todo custo, manter um projeto político, econômico e social que contrariava, em vários aspectos, aquilo que a Igreja sempre defendeu a partir de sua Doutrina Social, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II e das Conferências Episcopais Latino-Americanas, promovidas pelo CELAM.

A publicação conta com o apoio de uma ação do Ministério da Cultura, de Incentivo à Cultura, a partir da Lei Paulo Gustavo, por meio de um edital lançado pela Fundação Cultural de Uberaba. Os interessados podem ​​entrar em contato diretamente com a autora por meio de seu e-mail: amandaoliveira1835@gmail.com, cada exemplar está sendo comercializado por um preço acessível e poderá ser enviado para qualquer localidade do país.

 

Por Pascom – Regional Leste 2