
Vivemos num tempo de radicalização política em que a intolerância, as mentiras e o ódio se intensificam, sobretudo nas mídias sociais. Nesse cenário, a comunicação cristã é desafiada a permanecer fiel ao Evangelho sem se tornar palco para extremismos.
A comunicação cristã não é neutra. Ela nasce de um compromisso radical com a verdade, a justiça, a paz e a fraternidade. Jesus, em seu tempo, denunciou os que usavam a religião para excluir e acolheu os marginalizados com palavras de vida. É esse o testemunho que deve inspirar nossa prática comunicativa: não espaço para discursos de ódio, mas anúncio de justiça e misericórdia.
Mais do que imparcialidade jornalística, a ética cristã exige compromisso com o Reino de Deus — um reino de justiça, misericórdia e verdade. Isso significa discernir entre vozes que promovem a dignidade humana e aquelas que alimentam ódio, segregação e mentira.
A verdadeira liberdade de expressão não pode servir de escudo para a propagação de violência ou fundamentalismo. A missão da comunicação cristã não é apenas refletir a sociedade, mas ser sinal profético: construir pontes, promover a vida e defender a dignidade de toda pessoa.
Em tempos de crise moral, social e religiosa, a comunicação cristã é chamada a reafirmar seu compromisso com a ética do amor e da paz. Que não se deixe seduzir pela lógica da audiência fácil ou pela conveniência política, mas permaneça fiel ao Cristo que comunica esperança e verdade.
Por Robson Sávio Reis Souza – Membro do Observatório da Comunicação Religiosa
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