Eu, por quê? Nem imaginava fazer parte da Pastoral da Comunicação

Precisamos de pasconeiros e pasconeiras, jovens e adultos, marcados por um encontro pessoal diário com Jesus Cristo e dispostos a dar vazão a esse encontro em ações, palavras e silêncio.

O ano de 2025 chegou ao fim e, ao longo dos meses, conhecemos as histórias de diversos pasconeiros e pasconeiras pelo Brasil. Que alegria foi perceber que a missão de Ser e Fazer Comunicação está presente de norte a sul do país.

Conhecemos inúmeros relatos de superação, que reforçam que a Pascom não é apenas uma pastoral, mas um verdadeiro legado, vivido e levado com amor e serenidade por tantos corações.

Em 2025, nos emocionamos, mas, sobretudo, nos inspiramos nas vidas desses irmãos e irmãs. Louvado seja Deus!

E, para finalizar com chave de ouro, a comunicadora do Minha Vida de Pasconeiro de dezembro contou, ela mesma, a sua história, em um relato marcado pela fé e, mais uma vez, pela superação.

Ah… saio um pouco do padrão, pois, da forma como ela contou a sua história, tudo ficou tão sagrado que merece ser publicado na íntegra. Isso porque ela mesma diz, no texto, que nunca pensou em ser comunicadora… imagine só!

Confira e, ao final da história, reze comigo e com todos os pasconeiros e pasconeiras uma Ave-Maria, em agradecimento a todas as almas perfumadas, comunicadores e comunicadoras, que passaram por aqui em 2025.

Com vocês, Maria Cícera da Silva!

Minha Vida de Pasconeira – Maria Cícera

Filha de João José e Maria do Carmo, nordestinos fervorosos no amor a Nosso Senhor e à Virgem Maria, sou Maria Cícera da Silva, alagoana, 49 anos, com ensino médio completo e cristã leiga que assumiu, com um “sim” de amor, a missão do seu Batismo. Sem esquecer que sorrir aproxima a vida e as pessoas de Deus.

Desde a minha Primeira Eucaristia, aos 12 anos, decidi responder a esta ordem do Mestre: “Lançai a rede para águas mais profundas” (Lc 5,4). Confiar n’Ele e florescer onde Ele me plantar. Confesso que pensei que seria catequista até a viagem final de todos nós, mas o Senhor sempre surpreende aqueles que n’Ele confiam.

Em fevereiro de 2010, um mês após a criação da minha paróquia em Maceió, o primeiro pároco, jovem e recém-ordenado, convidou-me para criar um blog para a catequese paroquial. Ri e, mesmo sem compreender a importância daquele chamado, disse sim (nem sabia o que estava aceitando…). Sem experiência alguma em criação de blogs, produção de matérias ou fotografia, comecei a pesquisar e criei, no Blogspot, uma conta para a paróquia.

Dois meses depois, o padre Elison Silva me chamou e disse: “Gosto do que você vem publicando, e é hora de tornar o blog algo paroquial. Cícera, você já ouviu falar da Pastoral da Comunicação?”. Respondi que conhecia pouco, pois costumava navegar de madrugada, quando era mais barato, no portal da CNBB. Ainda assim, questionei: “Eu, por quê? Na paróquia temos pessoas muito mais preparadas, que poderiam assumir melhor essa missão tão grande e ainda desconhecida”. Mas ele não aceitou o meu não.

Por obediência a Jesus Cristo e ao pároco, iniciei o serviço sozinha. Não tinha sequer um celular; ele providenciou uma câmera simples. Eu fotografava e escrevia no blog da Paróquia Nossa Senhora das Dores – Santa Lúcia. Um ano depois, um jovem universitário juntou-se a mim e criou o site da paróquia. Meses depois, mais duas pessoas pediram para integrar a Pascom e, em setembro de 2010, participei da minha primeira formação sobre a Pastoral da Comunicação.

Encontro da Pascom – Arquidiocese de Maceió

Nunca tive a pretensão de estar em destaque na Arquidiocese [Maceió], no Regional ou no Nacional, nem imaginava fazer parte da Pastoral da Comunicação. Desde sempre, minha vida foi escutar o coração para saber onde Nosso Senhor me quer plantar para dar frutos.

Em junho de 2011, o padre Elison me enviou ao padre Eduardo Tadeu, então coordenador arquidiocesano da Pascom, para participar das reuniões do 4º Mutirão Regional de Comunicação do NE2 — eu sequer sabia exatamente do que se tratava. Em fevereiro de 2012, fui convidada pelo padre Eduardo a integrar a equipe arquidiocesana, que contava com cinco membros. Em 2013, passei a fazer parte da equipe da edição especial dos 100 anos do jornal arquidiocesano O Semeador.

Em outubro do mesmo ano, fui contratada pela Cúria Metropolitana e, no final daquele mês, o padre Eduardo faleceu — um jovem sacerdote generoso e apaixonado pela Comunicação, que muito me ensinou sobre a Pascom. Após sua partida, seguimos com nova liderança e, em dezembro de 2017, Dom Antônio Muniz, então arcebispo, nomeou-me coordenadora arquidiocesana e fez-me um pedido: implantar a Pascom em toda a Arquidiocese, para que a Igreja Católica chegasse a todos e acolhesse a todos.

Assumi essa missão enfrentando desafios e com um compromisso pessoal: jamais permitir que alguém passasse pela Pascom sem compreender a sua verdadeira missão. Ao Senhor, sempre responderei: “Senhor, aonde mandar, eu irei” — frase que, inclusive, se tornou a música da Pascom na Arquidiocese de Maceió.

De dezembro de 2017 a março de 2024, sob o governo episcopal de Dom Antônio Muniz, reformulamos a Comissão Arquidiocesana e o Setor de Comunicação da Arquidiocese, além de implantar a Pascom em 105 das 106 paróquias existentes em Maceió. Com a chegada do atual arcebispo, Dom Beto Breis, a comunicação passou por novas mudanças, definindo com clareza os papéis e os campos de atuação da comunicação institucional e da Pastoral, sempre caminhando juntas. Para minha surpresa na caminhada de fé, Dom Beto Breis renovou minha nomeação como coordenadora arquidiocesana da Pascom, e aqui sigo enquanto for vontade de Deus.

Encontro de Formação e Espiritualidade

Já participei da Comissão Regional NE2 de Coordenação da Comunicação por dois mandatos. A Pascom Brasil, além de realizar um excelente trabalho, é essencial para que nós, nas bases, possamos avançar ainda mais na evangelização.

Confesso que nunca almejei funções acima dos meus conhecimentos. Minha missão é servir a Jesus Cristo: com Ele, por Ele e para Ele. Sou grata a Deus pela confiança depositada em mim por dois arcebispos, pelo clero e pelos leigos. Estou coordenadora, mas sou agente da Pascom como todos os demais.

Renovo meu sim sempre que saio em missão, muitas vezes às 5h da manhã e retornando para casa às 23h, cansada, porém feliz com tudo o que aprendo ao encontrar corações e sorrisos. A cada dia me convenço mais de que a vida é simples e de que a Pascom precisa assumir, verdadeiramente, sua função de ponte de amor, para que o Amado passe e chegue aos corações.

Precisamos de pasconeiros e pasconeiras, jovens e adultos, marcados por um encontro pessoal diário com Jesus Cristo e dispostos a dar vazão a esse encontro em ações, palavras e silêncio. Assim como um eixo da Pascom não se sustenta sem o outro, nós, comunicadores, devemos criar laços fraternos entre nós. Não somos competidores dentro da mesma Pastoral; somos parte de uma imensa família, que tem uma única e bela razão de existir: levar o Evangelho a toda criatura, sem distinção, medo, separação ou preconceito, como nos ensina o Diretório de Comunicação.

Por Maria Cícera da Silva